abriu os olhos na estrada deserta e viu o sol dando espaço às
nuvens de chumbo. o carro de cabeça pra
baixo parecia pedir colo ao horizonte. o sangue se espalhando pelo asfalto. ela não
se lembra de nada, nem da música que há pouco incomodava, nem do cigarro que lhe queimara os dedos, nem das lágrimas insistentes.
quisera sumir o mais rápido possível daquele ódio que lhe consumia as entranhas.
depois da discussão, acelerou o carro sem olhar para trás. fez a curva no
primeiro atalho que encontrou. a velocidade e a tristeza pegaram carona. agora,
estirada no chão procura forças. se arrasta até o acostamento sentido todas as
dores do mundo. menos a perna direita. essa ela não sente. porque não está ali.
começa a engasgar com sangue e para de pensar. – eu te amo, grita em sussurro pra
ninguém ouvir. silêncio. essa é a pior dor. a certeza de nunca mais ver seu amor. entre as lágrimas, vai-se com o vento.
quinta-feira, 21 de março de 2013
quarta-feira, 20 de março de 2013
o fantasma
sentia o perfume das flores. flores e velas. estava
deitado...morto? não mexia nem pé, nem mão, nem boca. só percebia o cheiro. e
ouvia: vozes, choros, murmúrios e a escuridão. perdido, não sabia como tinha ido parar
ali. gritar? nem pensar. estava com medo e inerte. de repente, o pior:
fecham-lhe o caixão, os olhos e a alma. foi-se para a solidão eterna. até hoje
não entendeu que daquele momento em diante passava a ser apenas um fantasma, assombração de si mesmo.
sábado, 9 de março de 2013
david copperfield pela 29ª vez...
tô lendo pela vigésima nona vez o livro
david copperfield, do charles dickens. assim como ele, orgulho e
preconceito , a volta do parafuso e o morro dos ventos uivantes são
livros que vou lendo várias vezes ao longo dos tempos. não me canso
nunca. às vezes para curar o luto de um livro bom recém concluído, pego
um desses dai pra manter o coração em festa. como acabei de ler a sombra
do vento e fiquei apaixonada, peguei um bobo, chato e desnecessário de
literatura fantástica, chamado a fada (de carolina munhoz). não
recomendo, abandonei na metade. ai lá tava o copperfield me olhando, fui
nele de novo. eu simplesmente sou apaixonada. agora quero rever os
filmes, todas as versões. pesquisando rapidamente na internet, olha o
que eu descobri: a primeira versão para o cinema foi em 1911. depois
vieram versões em 1922, 1935, 1974, 1986, 1999, 2000 e foi adaptado para
a tv em várias vezes, a principal em 1966, com ian mckellen como david .
ian pra quem não sabe ou não lembra é simplesmente magneto do x-man e o
gandalf do senhor dos anéis, ele voltou a fazer a versão de 1999, desta
vez como creakle. nessa versão de 99 daniel radcliffe, o harry portter,
fez o david jovem. numa versão animada em 1993, julian lennon fez a voz
de david, que no caso era um gato. a última versão, em 2000, o elenco
tá maravilhoso com a sally field, paul bettany e hugh dancy. bom, né?
quarta-feira, 6 de março de 2013
Blog Bar do Escritor: O MONSTRO DA GARAGEM
Blog Bar do Escritor: O MONSTRO DA GARAGEM: Todo dia ela saia para trabalhar no mesmo horário. Acordava cedo, invariavelmente com sono, com aquela vontade de ficar na cama mais cinc...
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