ele olha pela janela do quinto andar. o pensamento se perde
entre as árvores frondosas que escondem o prédio do sanatório dos olhos das ditas pessoas normais. o asilo, o depósito de rejeitados, o lugar carcomido pelo tempo mantém um
inverno eterno.
velho e doente, o homem sente frio. está louco e sujo. uma mosca
passa por ali e vai para bem longe. até ela o despreza.
o cheiro de mijo e
excrementos arde os pulmões. a insanidade que mora embaixo do teto podre sai das
entranhas daqueles esquecidos. e ele ali, olhando pela janela. tenta sentir a
brisa fraca que acaricia as folhas das árvores. quer ter asas. quer voar. como
a mosca e seu desprezo. sobe então no parapeito e se vai. ninguém reclama. nem
do louco, nem da mosca nem da janela quebrada.
um dia...
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