quinta-feira, 18 de abril de 2013

um concurso e um conto erótico


participei dia desses de um concurso sobre contos eróticos. se fossem 10 premiados, estaria em sexto lugar. eram apenas três premiados...mas levei menção honrosa. melhor que nada, né? enfim...tá o site com meu nominho lá. o link é esse ai: 
http://www.reinodosconcursos.com.br/index.php?pagina=1501479057_19

segue o texto que concorreu:

ATENÇÃO - É PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS.
(é uma reedição de um conto da madame red o original foi publicado em: http://cartasdemadamered.blogspot.com.br/)

A ESCOLHA (do original "o estranho casal de três pessoas"

No primeiro dia de carnaval daquele ano, decidi não usar máscaras nem me embalar na folia das ruas. Apenas observei o cortejo feliz que desfilava pela cidade.
Num canto da calçada, como versava o costume, fiquei em pé e sorria para os foliões que passavam e se divertiam em fantasias e gracejos. Foi quando meu olhar cruzou o de Davi. Que homem charmoso, pensei. Alto, moreno, com uns olhinhos puxados que quase fechavam ao sorrir. Atrás da máscara ele me mandou seu melhor sorriso e eu retribuí. Com uma bebida na mão fez um brinde no ar e seguiu seu caminho atrás da marchinha que animava a rua lotada.
Passando por trás de mim veio ele, o John. Tropeçou e derramou bebida em todo meu vestido. Fez uma cara de espanto, pediu tantas desculpas que não consegui me aborrecer com ele. Apresentou-se timidamente. Era loiro, de uns olhos claros profundos e boca larga. Lindo.  Conversamos um pouco, entre gritos, já que a música estava alta. Ficamos ali trocando sorrisos.
Logo fui para casa. Estava cansada e com a roupa molhada. Definitivamente sem espírito carnavalesco. Quando já me preparava para deitar ouvi alguém batendo na janela.
– Quem está ai? Perguntei já com um leve frio na barriga. Em noite de folia sabe-se lá o estado alcoólico dos foliões, não é mesmo?
– É o John.
– Quem?
– O homem mais desastrado do mundo!
Reconheci a voz e não pude acreditar que aquele maluquinho havia me seguido até em casa. Abri a janela sem me preocupar com a pouca roupa que vestia.
– O que o senhor faz aqui? Perguntava eu com ares de indignação.
– Eu te segui. Quer um gole, senhorita? Perguntou ele oferecendo um copo com a cara mais safada do mundo.
– Não, está tarde, vou dormir.
– Por favor, bebe um golinho só. É Bourbon. Ou senhoritas de fino trato não bebem?
Avaliei que havia a possibilidade dele já estar um pouco bêbado. E eu ali, seminua na janela             começando a sentir frio.
– Senhor John ou vai embora ou entra pela porta da frente. A neblina está chegando e eu realmente estou com sono. E não é nada elegante a esta hora da noite o senhor ficar pendurado na minha janela.
– Abre pra mim?
Fiz que sim com a cabeça. No caminho consegui apanhar um casaco velho que estava jogado por cima da cama. Abri a porta pra ele. John entrou decidido e foi diretamente a mim. Segurou minha cintura e me deu um beijo de tirar o fôlego. Tentei me desvencilhar, mas ele parecia um polvo com mil tentáculos.
– Ei, para com isso, eu realmente quero dormir e você já passou da hora, falei sem convencer muito.
John não foi embora. Mais uma vez me beijou. Eu cedi. O corpo dele me envolvia. Fiquei perdida em seus braços.
Ficamos na sala nos beijando e nos tocando como dois adolescentes recém descobrindo o amor. Eu estava perdendo o ar e ele empolgado me lambia os lábios, a cara, o pescoço.
Pedi, quase sem força, para ele parar com aquilo. E ele parou.
– Vou parar. Se eu continuar, vou acabar abusando de você, me disse ele ousadamente.  Vou embora. Amanhã nos falamos. Deu meia volta e partiu.
Fiquei sozinha no meio da sala sem acreditar no que havia acabado de acontecer. O sentimento mais confuso era de que eu havia gostado daquilo tudo.
Fui dormir pensando nele. Inadvertidamente meus pensamentos me levaram também até o sorriso de Davi. Aquele Davi que eu ainda não conhecia, mas que me encantara na festa da rua. Ainda lembrava seu sorriso atrás da máscara. Adormeci e sonhei com os dois.
No outro dia cedo fui ao mercado para reabastecer a dispensa de vinhos e frutas. Quem estava lá parado, de óculos escuros e bastante alinhado? Davi.
Também comprava frutas.
– Bom dia madame, disse-me amavelmente.
– Bom dia. Sorri.
– Me permite? E foi logo me ajudando a passar as mercadorias no caixa. Fez questão de pagar minha conta. Insistiu a ponto de eu aceitar para não deixá-lo sem graça. Um verdadeiro cavalheiro.
Conversamos algumas amenidades, percebi que ele mal disfarçava a vontade de olhar para meu decote.
Depois de algum tempo despediu-se avisando que iria trabalhar até mais tarde, mesmo tendo uma pontinha de ressaca do dia anterior. Rimos da situação, e ele então me convidou para ir encontrá-lo para beber o vinho que “tínhamos” comprado. Aceitei.
– Hoje, oito horas, falou com veemência.
– Estarei lá, respondi.
E sim, fui encontrar Davi em sua casa. Não estávamos sozinhos: ele morava com a mãe e a irmã mais jovem, Julia. Fui muito bem recebida. A mãe estava febril e se recolheu depois de nos dar boa noite. A irmã mais nova nos fez companhia. O jantar estava bastante gostoso. Julia contou que fez os pratos, mas que a especialidade dela era mesmo a sobremesa. Tinha razão. Serviu uma torta de morango de tirar o chapéu. Deixei escorrer um pouco da calda nos lábios e Davi limpou com o guardanapo. De um jeito simples, mas que fez meu coração parar de tanta sensualidade.
Eu e Davi trocávamos olhares cúmplices e comprometedores. A língua dele não parava de lamber os lábios como se tivesse uma fome insaciável. Tentei ajudar Julia, mas ela fez questão de retirar a louça e ficar na cozinha, nos dando tempo para uma conversa a sós na sala de estar.
– Jantar maravilhoso, elogiei tentando disfarçar minha excitação.
– Maravilhosa é você.
– Davi pare com isso, sua irmã e sua mãe são uns amores, podem não gostar dessa ousadia, repreendi ele.
– Que ousadia? Você ainda não viu nada. Vem cá. Ele me puxou para seus braços. Beijou-me demoradamente. Senti sua respiração mudar enquanto me beijava. Olhou-me nos olhos e disse quase em sussurro:
– Você é linda. Quero você inteira para mim.
Eu retribuí o beijo. Neste momento Julia entrou com a bandeja do café, deu um gritinho espevitado e já dava meia volta quando paramos de nos beijar e rimos com ela. Ficamos os três tomando café e conversando sobre a vida.
As horas passavam sem pressa. Davi insistiu que ouvíssemos Julia ao piano. Eu já estava meio alta de tanto vinho, mas fiquei. Foi deslumbrante. Enquanto Julia tocava as mais românticas músicas ao piano, eu e Davi nos envolvíamos entre olhares de desejo.
– Davi, preciso ir. Já está tarde.
– Faço questão de levá-la em segurança.
Pegou o casaco e fomos andando de mãos dadas até minha casa. Estava uma noite linda de lua cheia.
Despedimos-nos na porta com mais um beijo e muito tesão.
– Vou lembrar esta noite para sempre, me disse ele.
Fui dormir com a promessa de encontrá-lo no dia seguinte.
E lá novamente estou me preparando para dormir quando ouço a batidinha na janela. Será que Davi teve a mesma ideia do maluco do John? Pensei comigo.
Não. Era John mesmo, em pessoa, batendo novamente.
– Namorado? Perguntou ele.
– Qual seu interesse? Respondi meio desaforada.
– Quero você pra mim. Não vou aceitar um riquinho mimado cortejando você. Como vamos fazer?
– John deixe disso, eu nem conheço você, vá embora, supliquei.
Ele então pulou a janela para dentro do quarto. Não se deu o trabalho de ir até a porta da frente. E veio determinado em minha direção com aqueles olhos brilhantes e azuis. E novamente me colou ao corpo dele. Estava quente e suado. E cheiroso. Beijou minha boca. A orelha, o pescoço. Eu já me derretia nos braços dele. Fomos nos beijando até a cama. Ele me jogou nela, tentei levantar, mas ele me segurou.
– Hoje eu não vou embora, disse ele já em cima de mim. Gemia ao meu ouvido.
Eu me entreguei. Queria aquele homem loucamente. Ele me beijava, mordia, arranhava. Não esperou eu tirar a camisola, foi logo rasgando minha roupa. A calcinha ele tirou num puxão só. Enfiava seus dedos me deixando completamente molhada. E assim com fome, com violência, me possuiu. Foi intenso, rápido e forte. Eu queria mais e mais. Agarrava-me a ele com as unhas, derretia encharcada de tanto prazer. Ele segurava meu rosto e me beijava, puxava meu cabelo, se enfiava dentro de mim como um bicho.
Naquela noite ele dormiu comigo.
Acordei com o corpo destruído. O sol entrava pela janela aberta. Ele já havia ido embora. Deixara uma xícara de café em cima do criado mudo. Um bilhetinho dizia que iria voltar.  “Com amor, John”.
Mal dei um jeito nos cabelos e Davi batia em minha porta. Nas mãos uma torta de morango. Julia insistiu, contou ele. Deu um sorriso sedutor.
– Mas que rápida, como ela conseguiu fazer uma torta de ontem pra hoje, tão cedo? Perguntei meio sem graça.
– Rápida nada. Já estava pronta desde ontem à noite. Ela ficou envergonhada de oferecer o mimo. Ai eu disse que você iria gostar e enfim, aqui estou eu de garoto de recados.
– Entre Davi, não fique ai na porta, por favor.
– Não posso. Estou atrasado. Mas posso voltar mais tarde, se você não se importar – disse com um sorriso tímido.
– Claro, concordei. Espero você para comermos juntos estes morangos.
Ele se inclinou de supetão e me beijou a boca. Arrumou uns fios do meu cabelo e saiu.
Passei o dia tentando disfarçar as marcas da noite anterior. Tinha arranhões pelo corpo e as costas doloridas. 
A noite chegou. Davi chegou com ela. Trazia flores, rosas vermelhas.
– Minhas preferidas, disse a ele.
Enquanto colocava as flores no vaso Davi escolhia uma música na vitrola. Puxou-me para um abraço e começamos a dançar. A música era suave, não exatamente para uma dança, mas nos deixamos embalar. Ele beijou minha boca. Segurava minha cabeça enquanto sua língua percorria meus lábios. Foi descendo até meu colo.
Davi tinha um cheiro inebriante. Eu me rendi àquelas carícias. Fomos andando em direção ao sofá. Ali os toques foram ficando mais ousados. Eu já estava quase nua e sentia Davi pulsando em cima de mim.
Ele me virou de quatro e assim me possuiu. Entrou em mim com desejo, com tesão. E eu me entreguei a ele. Ainda sentia as dores que John causara, mas me deleitei com as novas dores que Davi me presenteava.
Ele me puxava pra ele, me queria. Gozou em mim gemendo alto. Eu também gozei e fiquei sentindo o caldo quente que escorria das minhas pernas quando
Davi adormeceu no sofá. Deixei-o em paz.
Para meu desespero ouvi novamente a batidinha na janela do quarto. John!
Fui correndo abrir.
– O que você está fazendo aqui? Perguntei assustada.
– Ué, eu avisei que viria, respondeu ele já entrando pela janela. Sentiu minha falta?
– John, eu preciso falar com você. Estou confusa. Conheci outro homem, não sei o que estou sentindo. Gosto de você e gosto dele. Mas eu não sei o que fazer. Eu tentava me explicar entre frases curtas e rápidas.
– Ei, calma. Respira, disse ele andando pelo quarto.
– Hum, que cheiro é esse? Sexo. Você fez sexo agora? Hum? Olha minha querida, você não precisa escolher nada, decidir nada. Deixe as coisas acontecerem. Ele dizia isso em rápidas palavras sem tempo para respirar.
– Você não está entendendo. Ele está aqui, sussurrei apavorada.
– Então vou conhecê-lo, falou John já saindo do quarto.
– Não, gritei. Pulei em cima dele, mas John foi mais rápido e encontrou Davi dormindo nu no sofá.
– Sua safadinha, me disse John.
– Pare com isso. Ele vai acordar. John vai embora. Por favor. Eu estava em pânico. John riu e voltou para o quarto. Virou-se na minha direção e beijou minha boca.
– Você é minha, dá um jeito de despachar o bonitão, sussurrou no meu ouvido.
– Está bem, mas vá embora, por favor, respondi.
Ele saiu pela janela, mesmo contrariado.
Davi acordou e foi até meu quarto, quase flagrando John pulando a janela.
– Desculpe, peguei no sono, me disse Davi com uma voz rouca estonteante.
– Sem problema.
– Vou embora. Amanhã tenho trabalho e vou ao último baile da temporada. Você me acompanha?
– Claro, respondi sem pensar.
Davi se trocou, me beijou e foi embora.
No outro dia acordei cedo, com as lembranças boas da noite anterior.
“Hoje vou à festa”, lembrei. Estava confusa sem saber o que fazer. Davi ou John? Para meu desespero eu estava apaixonada pelos dois.
A noite chegou e Davi me pegou para irmos ao baile. Usava uma linda máscara negra, combinando com a minha. O salão da imensa mansão estava lotado. A música embalava os casais. Começamos a beber champanhe e fomos para o meio do baile. A certa altura eu já estava meio zonza, Davi me abraçou pela cintura.
Dançamos com o olhar fixo um no outro, quando senti por trás de mim outro abraço. Olhei para trás e vi John, também mascarado. Fiquei ali, entre os dois. Paralisada.
Foi um momento mágico. Como se tudo houvesse se encaixado. Davi beijou minha boca. John, minha nuca. Ficamos os três abraçados indiferentes ao resto dos convidados.
John me virou em direção a ele e também beijou minha boca. Ai foi a vez de Davi beijar meu pescoço. Revezei os beijos dos dois. Eles pareciam não se importar um com o outro. Os dois me queriam.
Saímos do salão abraçados. Eu estava suando. Nós três riamos enquanto andávamos pelos corredores. Encontramos a biblioteca. Entramos.
– Shhhh, silêncio, me diziam. E eu obedeci à ordem. E eles não paravam de me beijar, de me tocar. 
Era Davi que surpreendentemente comandava nossos passos. Segurou minha mão e me levou em direção à janela enquanto John esperava para ser convidado. Davi apenas olhou para ele como que autorizando John a pegar minha outra mão.
Davi tirou minha máscara e as alças do meu vestido. Fiquei com os seios à mostra. John também me olhava. Começaram a me tocar. Davi foi para trás de mim e beijou meu pescoço, enquanto John mamava nos meus peitos me matando de prazer.
Os dois passaram a dividir meu corpo. Beijaram-me, lamberam, sentiram cada parte da minha pele arrepiada de prazer. Me jogaram na parede, de pernas abertas e  se enfiavam em mim revezando os prazeres, ampliando meu desejo. Senti cada uma daquelas quatro mãos, dois paus, duas línguas, quatro pernas. Nunca antes havia me deleitado tanto. Às vezes um parava para ficar olhando ai voltava a me dividir. Éramos três bocas, três corpos que se procuravam.
Ajoelhei: lambi e chupei os dois. Senti um de cada vez na minha boca. Eles não se tocaram, não naquela noite. Engoli o gozo deles.  
E eu gozei farta de tanto tesão.
Ao final colocamos nossas máscaras - e roupas- e voltamos ao salão de baile. Não tiramos o sorriso do rosto, nem nos separamos por um bom tempo depois disso. Nascia ali um sólido caso de amor.
Davi deixou a mãe aos cuidados da irmã Julia. John foi morar conosco uma semana depois. Dormíamos os três na cama que ficou apertada para tantas estripulias amorosas. Foi assim que fiz minha escolha e todos passaram a nos conhecer, oficialmente, como o casal de três. FIM


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