quarta-feira, 1 de agosto de 2012

a benção

acho que vivo num mundo paralelo. eu simplesmente não vejo novela. acredito que o ser humano que ousa admitir isso assim, sem medo de apedrejamento, tem que ser no mínimo corajoso, né? porque hoje em dia ai ai ai se você não souber nada sobre a última do capítulo de ontem. mas é isso. não vejo novela e não faço questão de sabê-las. e por quê? são muitas as explicações. a primeira delas é porque realmente tenho coisas melhores pra fazer. depois porque tenho coisas melhores pra ver. e ainda porque nenhuma vale o meu tempo perdido. se aparecer algo que valha, volto a ver. não condeno quem vê. mesmo porque atualmente eu teria que condenar meio mundo, né? acho que tudo bem. não faz diferença na minha vida você assistir ou não. e só tô contando que não vejo porque tem horas que eu realmente me sinto num mundo só meu. quando começam os comentários a carminha isso, a rita (rita?) aquilo, as empreguetes (???????) aquilo outro, eu literalmente fico boiando. é evidente que sei que existe uma novela na globo chamada avenida brasil e que tem uma carminha e uma outra lá que vivem em guerra. é impossível não saber disso já que (con)vivo na rede social. nas redes sociais. e tem hora que não se fala em outra coisa a não ser nessa merda. que me desculpem os que gostam. mas sinceramente não é pra mim. como disse, não condeno. eu mesma me perco vendo minhas séries enlatadas. fico hooo- oooo-ras vendo dexter, largo tudo pra ver walking dead, e não perco um big bang theory. quer mais? supernatural, two and half man, house, csi. funciona como novela na minha vida. e mais. eu não vejo novela agora, mas já vi muito. sou do tempo em que as novelas eram todas candidatas a vale a pena ver de novo. por exemplo, vale tudo. minha preferida (até hoje odete roitman e heleninha não ganharam substitutas). acompanhei celebridade, com um imperdível fábio assunção mostrando que não era só um rostinho bonito. teve a rainha da sucata, barriga de aluguel, tititi, força de um desejo. pra fazer as contas ai eu comecei vendo novela quando era estúpido cupido e minha mãe me proibia de ver saramandaia. sim, já vi muita novela na vida, e adorava. mas elas começaram a se repetir, toda história era o resumo da anterior. personagens sem originalidade, e minha paciência se esgotando. cansei. não vejo mais. até tentei acompanhar umas da record, como vidas em jogo, mas também não deu. e assim é. me cansa, não me acrescenta e se for pra perder tempo sem pensar em nada prefiro ver série. inclusive as brasileiras. e é por não ver novela que tenho certeza que não me encaixo. não que isso me incomode. deve ter um monte de gente por ai que pensa como eu. e quero ressaltar que não faço discurso contra, tipo: ah com tanta coisa acontecendo no mundo e a pessoa bitolada querendo saber da vingança alheia. não. acho que tudo bem. cada um se dedica ao que bem entender. eu prefiro série, prefiro um livro, prefiro até ir pra cozinha tentar receita nova. pra desopilar eu escrevo, faço blog, danço, canto, leio, faço tricot, brinco com a nina e vejo filmes. com o advento da internet e dos deuses do megauploud (que foram logo substituídos por outros deuses) tudo ficou mais divertido. e esse papo de novela não está só nas rodinhas herméticas femininas não. todo mundo fala sobre. homem, mulher, velho, criança, todo mundo vê. do meu mundo paralelo eu olho pra cá e não faço ideia do que está se passando. na manicure é assunto obrigatório. no supermercado, nas filas de bancos, até no elevador. e eu, tipo, caguei. mas tudo bem, vou sobreviver. mas falando em manicure, depois dos comentários sobre a tal vingança de não sei quem minha manicure me contou uma história que estou rindo até agora. não dos fatos que são trágicos, mas pela lógica da cabeça dela. disse ela que a esposa do primo do marido dela morreu assassinada. que horror, comentei. ai ela me diz: mulher, era linda a coitada. a família toda foi lá ver. a pobre levou foi umas facadas do marido e estava estirada em cima da cama. diz que foi ciúmes. é? perguntei. pois foi. respondeu logo emendando: os policiais chegaram pra fazer a perícia e a gente não vale nada, né? é, disse eu. colocaram ela assim num canto e começaram a fazer "inzames" até pra ver se ela tinha sido estuprada. a gente vira um pedaço de carne depois que morre, né? é, me repeti. a morta lá de perna aberta, cheio de gente olhando, os políciais mexendo, um horror. mas olha a benção, mulher: num é que ela tava usando uma camisola igual a da carminha e de calcinha nova? .......é, uma benção. tive que concordar.    

Um comentário:

  1. uma benção... Adorei! kkkkkkk

    Dequita, te prepara! Eu faço parte dessa legião ora atolada na Avenida Brasil... Até começar esta, eu estava feito tu. Mas resolvi dar uma chance, sem esperar nada e, para minha surpresa a d o r e i, mesmooooo! Mas tb é só ela, qto às demais continuo nem aí. Márcia

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